quarta-feira, 27 de abril de 2011
Adiós Muchachos
Sergio Ramírez foi um dos líderes da Revolução Sandinista na Nicarágua, e desempenhou o cargo de vice-presidente entre 1984 e 1990. Nestas excepcionais memórias, cuja publicação em espanhol é de 1999, faz balanço agridoce do idealismo e dos tempos de violência que permearam sua geração. E conclui que valeu a pena, com ressalvas: “O grande paradoxo foi que, no final das contas, o sandinismo deixou como herança o que não se propôs a deixar: a democracia. E não pôde legar o que se propôs: o fim do atraso, da pobreza, da marginalização.”
O livro de Ramírez não está estruturado de maneira cronológica, segue as idas e vindas de suas lembranças. Colocando-as na ordem do calendário, a narrativa estende-se pelas décadas de 1960-1990. O autor era escritor e jornalista na Nicarágua governada pela ditadura da família Somoza, com passagens no exílio na Costa Rica e na Alemanha Ocidental. Ingressou na Frente Sandinista de Libertação Nacional e foi figura-chave na mobilização política que culminou com a derrubada de Somoza, em 1979.
O movimento contou com apoio externo da Costa Rica, Panamá, México, Venezuela e, sobretudo, Cuba. Segundo Ramírez, Fidel Castro foi essencial para mediar as discórdias entre as várias tendências do sandinismo, mantendo-as unidas no combate à ditadura. Alertou os líderes para a necessidade de incorporar outros setores da oposição a Somoza, como empresários e católicos: “Não é que Fidel não quisesse o socialismo na Nicarágua: pensava num socialismo diferente do de Cuba. E talvez visse ali um novo campo de experimentação para que não fossem repetidos erros que, em Cuba, ele não poderia jamais reconhecer nem corrigir.”
Para ler o resto da resenha, visite o site Amálgama.
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