quarta-feira, 13 de abril de 2011

Os Kirchner e as Muitas Vidas do Peronismo



Ninguém organiza um funeral político tão bem quanto os peronistas. Em outubro de 2010, a morte de Néstor Kirchner, ex-presidente da Argentina, deputado, líder do Partido Justicialista e secretário-geral da União das Nações Sul-Americanas, foi comoção pública sem paralelo com o falecimento de ex-governantes. Eleito com pouco mais de um quinto dos votos, em 2003, foi o mandatário com o menor percentual eleitoral da história argentina. No entanto, continuava a ser uma figura muito importante na presidência de sua esposa, Cristina – um “co-governo” como às vezes era chamado o arranjo entre os dois membros do casal. Sua proximidade com o poder deu a sua morte um caráter distinto, quase como a perda de um chefe de Estado.

O drama da presidente-viúva aumentou sua aprovação em 20%, alçando-a para pouco mais da metade da aprovação, mas a solidariedade da população não está garantida até as eleições de 2011. Os anos Kirchner têm sido de turbulência e conflitos na Argentina e o país ainda busca um modelo econômico pós-crise. A história do casal confunde-se com a das muitas vidas do peronismo e com as mudanças do próprio país.


Esse é o início do artigo que publiquei nesta edição da revista Insight-Inteligência. Click no link para abrir o texto integral.

6 comentários:

Renato Feltrin disse...

Maurício, perdão pela via oblíqua, mas qual é o livro sobre o Clint Eastwood a que você se refere no Twitter?

Maurício Santoro disse...

Caro, sem nenhum problema. Segue o link para livro:

http://www.amazon.com/Clint-Retrospective-Richard-Schickel/dp/1402774729

Vem com um DVD, que ainda não tive tempo de ver.

abraços

Wellington Amarante disse...

Olá, Maurício!

Parabéns pelo texto.

Admiro sua capacidade de articular os fatos de "curta duração" com uma análise mais ampla (tarefa do pesquisador) sem deixar de lado a narrativa.

É incrível como a Argentina viveu diversas situações políticas extremas. O que faz dela um ótimo exemplo para conhecermos os caminhos tortuosos da construção da democracia no nosso continente.

Já divulguei seu texto.

Abraços.

Maurício Santoro disse...

Salve, Wellington.

A América Latina é cheia de histórias fascinantes, e a Argentina é um dos países com mais fatos interessantes para serem examinados.

abraços

brunomlopes disse...

Voltei hoje de lá, e minha impressão é a pior possível. Além de haver manipulação do índice de preços, muitos produtos têm preço controlado, e as empresas têm restrições para exportá-los. No curto prazo os argentinos estão achando ótimo, mas, em uma situação dessas, nenhum empresário vai querer investir, produzir, gerar empregos, etc.

No meio do artigo há uma informação importantíssima, e que resume a Argentina: a relação DÍVIDA/PIB é muito alta para um país latino-americano. Trocando em palavras, eles estão vivendo acima de suas possibilidades.

Lá eles falam em "inflação em dólares", um jeito portento para se referir a um câmbio super-apreciado. Eles voltaram a viver mais ou menos a mesma armadilha do Menem, que hoje é execrado em praça pública.

Por algumas razões que não vale a pena se alongar aqui, acredito que em poucos meses (talvez depois das eleições) essas armadilhas vão fazer a Argentina viver mais um momento decisivo. A escolha será aprofundar o populismo e aumentar a intervenção estatal, ou começar a voltar para uma economia de mercado.

Maurício Santoro disse...

Salve, Bruno.

Todos os meus amigos que visitaram a Argentina recentemente voltaram preocupados com as condições sociais e econômicas do país. E eu vejo os conflitos políticos se radicalizando. Vamos ver o que vem pela frente.

abraços