sexta-feira, 15 de fevereiro de 2008
Demandas dos Jovens na América do Sul
Na próxima segunda-feira faremos a apresentação da pesquisa “Juventude e Integração Sul-Americana” em Brasília, no Palácio do Planalto, durante a cerimônia de posse dos novos integrantes Conselho Nacional de Juventude – incluindo eu mesmo. Ficarei na capital até o meio da semana, volto ao Rio de Janeiro a tempo de participar de um congresso estadual de jovens, no sábado, e em seguida (25 e 26 de fevereiro) haverá na cidade um colóquio internacional com a equipe da pesquisa.
Por conta do trabalho divulgação, dei um bom número de entrevistas para jornais, sites e emissoras de TV. Este post é uma tentativa de sintetizar o que tenho dito aos jornalistas.
O principal objetivo da pesquisa é contribuir para o debate sobre políticas públicas de juventude na América do Sul. Para isso, foram estudados grupos e movimentos juvenis em seis países: Argentina, Bolívia, Brasil, Chile, Paraguai e Uruguai. Utilizamos métodos qualitativos como entrevistas, grupos de discussão e observação participante e ouvimos cerca de 960 pessoas para entender as demandas e formas de organização e atuação dos jovens. As reivindicações mais fortes no continente são educação e trabalho, que aparecem muito interligadas. Outras demandas que surgiram com força foram cultura, meio ambiente, circulação (movimentos do tipo “passe livre”) e questões ligadas à segurança.
O que mais me surpreendeu na pesquisa foi a grande semelhança entre as reivindicações dos jovens da América do Sul, mesmo quando vivem em países tão diferentes como Brasil e Bolívia. O itinerário do sonho é parecido: as pessoas querem educação de boa qualidade, que as impulsione para um emprego estável, desejam usufruir de oportunidades de lazer e acesso à cultura e querem ter respeitadas sua identidade e modo de ser, em vez de forçadas a se enquadrar nos cânones dos adultos.
É evidente que há variações nacionais e elas iluminam o quanto os diversos povos deste continente podemos aprender uns com os outros: a experiência de defesa dos direitos humanos na Argentina, a valorização da cultura indígena na Bolívia, a criatividade institucional do Acampamento da Juventude no Fórum Social Mundial no Brasil, as mobilizações educacionais no Chile (foto), a articulação camponesa no Paraguai, a solidez das juventudes partidárias no Uruguai... A lista é enorme.
Também me fascinou o uso que os movimentos juvenis fazem das novas tecnologias de informação, tais como blogs, fotologs, mensagens por celular, debates em sites de relacionamento. Há grande dinamismo e inovação nessa área.
Os próximos dias serão de muito trabalho e diversas reuniões com autoridades do governo brasileiro, acadêmicos e representantes da sociedade civil. Estou muito satisfeito com o interesse e a empolgação com que a pesquisa está sendo recebida. Para mim, foi um projeto emocionante e enriquecedor, de descobertas.
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3 comentários:
Oi querídolo!
então, estou partindo do campus party onde convivi por uma semana com uma parte dessa gurizadinha que tu pesquisou com tanto carinho e atenção... e, assim, na superficie, posso comprovar que, coletivamente, a gurizadinha nos dá uma certa esperança de que a humanidade não está completamente perdida...
besos
lelex
Olá, Lelex.
Te confesso que não acompanhei a Campus Party, a não ser por um ou outro comentário do Pedro Doria e do Alexandre, mas pelo visto vocês estão se divertindo muito por aí!
Imagino que deve ter coisas bem interessantes sobre juventude e tecnologia!
beijo
Gostei muito do que li neste site e convido-vos a, virtualmente ou não, visitar o meu país, Portugal, no Minho muito verde:
http://aboimdanobrega.blogspot.com/
http://formiguinhademarco.blogspot.com/
http://br.youtube.com/taveiras
Saudações bloguistas,
Vieira
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