terça-feira, 19 de fevereiro de 2008

Elizabeth – A Era de Ouro



Dez anos atrás o filme “Elizabeth” contou os anos iniciais do reinado da monarca inglesa, numa excelente atuação da australiana Cate Blanchett. Vimos como a soberana superava sua timidez e fraqueza inicial para consolidar seu poder, mas também como sua ascensão ao trono cobrou um terrível preço pessoal, no afastamento de seu grande amor, o conde de Leicester. Minha seqüência favorita era a última: a rainha entrando na Corte com uma pesada maquiagem e um visual impressionante, causando devoção aos súditos. Como trilha sonora, o Réquiem de Mozart: a pessoa íntima havia morrido, a pessoa pública nascia. Na ocasião, fiquei desapontado com a falta dos grandes temas de seu reinado, como a guerra contra a Espanha. Agora meu desejo foi atendido, com o lançamento de “Elizabeth – a Era de Ouro”, que narra o apogeu de seu domínio.

Quando o filme começa, Elizabeth já tem mais de 50 anos e é uma soberana solidamente estabelecida, embora governe numa Europa convulsionada pela guerra religiosa que o rei espanhol, Felipe II, trava contra os protestantes. Nas ilhas britânicas, Elizabeth tem que se proteger do risco de um golpe católico e manter um olho sobre sua prima, a rainha da Escócia, Mary Stuart, que ela aprisionou.

Em meio às tensões crescentes com a Espanha, Elizabeth conhece o aventureiro Walter Raleigh, um misto de pirata, explorado e colonizador do Novo Mundo, que impressiona a rainha com as novidades que traz das Américas, onde fundou uma colônia em sua homenagem – a Vírgina. Ela flerta com Raleigh e lhe concede favores, mas sabe que a distância social entre os dois é um fosso intransponível. Clive Owen faz o de sempre: o tipo meio cafajeste e canastrão, mas no fundo com um coração nobre e leal.




A paixão pelo pirata lhe desperta a consciência do envelhecimento e de suas inseguranças, e isso no momento terrível em que Felipe II constrói uma gigantesca frota para invadir a Inglaterra, e surgem indícios que Mary Stuart planeja assassinar sua prima e sublevar os católicos ingleses.

Como no primeiro filme da série, o centro da narrativa é o crescimento de Elizabeth como líder política, superando aos poucos seus defeitos e suas fragilidades. Novamente, o poder cobra um preço – a ascensão da Inglaterra como grande potência também significará o isolamento de sua rainha diante dos prazeres simples da vida, que ela confessa invejar em seus súditos.

Como costuma acontecer nos filmes de época britânicos, a produção é esmerosa e bem-cuidada e Cate Blanchett merece plenamente a segunda indicação ao Oscar – a primeira foi justamente por seu papel como Elizabeth, na produção anterior. A ação talvez seja um pouco lenta, mas o visual é deslumbrante e algumas cenas realmente impressionam, como a rainha contemplando de um penhasco a Armada espanhola.

Para quem se interessa pelo tema, há um excelente seriado de TV sobre o mesmo período, chamado “Elizabeth I”. A monarca é interpretada por Helen Mirren, que foi vista recentemente como Elizabeth II no filme “A Rainha”. O seriado foca em sua relação amorosa com outro de seus favoritos, o conde de Leicester, interpretado com a verve habitual por Jeremy Irons.

3 comentários:

Adriana Cantarino disse...

Oi, Maurício!Ainda não assistí "Elizabeth - A Era de Ouro"...mas neste fds fui ver o belíssimo "A Culpa é do Fidel" e, sinceramente, pensei em um artigo seu sobre o filme!Registro aqui o meu pedido! Há muitos anos, fui estagiária no IBASE, ainda na época do Betinho. Ontem ví imagens dele na tv, uma minissérie da Globo(!)...eram imagens do seu retorno ao Brasil, ele e o Henfil falando...me lembrei desta casinha(na minha época já eram 3 casas) em Botafogo,na segunda sempre tinha feira na rua,almoçávamos todos juntos no refeitório(a comida era maravilhosa!!), meus "chefes" eram o Emmanuel(o Né, que já faleceu) e o Jairo Nicolau,era muito bom!Foram 3 anos muito bacanas em que aprendí muita coisa. Espero que tudo ande bem por aí! ! Abraço Adriana Cantarino

Unknown disse...

Olá Mauricio,

Estou entrando em contato novamente para tratar da Parceria Comercial mencionada via e-mail em 14/02/08.
Continuamos interessados no site.

Aguardo um retorno para iniciarmos a negociação.


Grata e à disposição,

Stephanie Sarmiento
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Maurício Santoro disse...

Olá, Adriana.

Que legal sua história com o IBASE! Por coincidência, nesta semana eu recomendei a um dos estagiários do instituto entrevistar o Jairo, por conta de uma matéria sobre voto jovem no Brasil. Mestre Jairo foi meu professor tanto no mestrado quanto no doutorado, e é um dos meus gurus iuperjianos.

Muita gente me falou da minissérie, por causa da temática relacionada à ditadura, mas ainda não li ou vi nada a respeito dela.

Abraços

Stephanie,

agradeço pelo convite, mas este blog é um espaço de pensar em voz alta, sem fins comerciais.

Abraços