sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Cai o Rei de Espadas, Cai o Rei de Ouros



Nos dias de hoje
É bom que se proteja
Ofereça a face a quem quer que seja

Nos dias de hoje esteja tranquilo
Haja o que houver pense nos seus filhos




Não ande nos bares esqueça os amigos
Não pare nas praças não corra perigo
Não fale do medo que temos da vida
Não Ponha o dedo na nossa ferida... Ah...



Nos dias de hoje
Não lhes dê motivo
Porque na verdade
Eu te quero vivo



Tenha paciencia
Deus está contigo
Deus está conosco
Até o pescoço



Já está escrito
Já está previsto
Por todas videntes
Pelas cartomantes

Está tudo nas cartas
Em todas as estrelas
No jogo dos Buzios
E nas profecias... ah...




Cai, o Rei de espadas
Cai, o Rei de ouros
Cai, o Rei de paus
Cai, não fica nada!!

Composição de Ivan Lins e Vítor Martins, imortalizada na voz de Elis Regina. Um canto para o fim de outra ditadura, neste dia em que somos todos egípcios, e celebramos com eles a queda de Hosni Mubarak. Nos próximos dias, posto sobre as perspectivas da transição e o efeito dominó em outros países árabes.

12 comentários:

Glaucia Mara disse...

Hoje vc se superou. Foi a gota que faltava pra transbordar o vaso, e me encher de lagrimas.

Que tempos maravilhosos estamos vivendo. Vc vai ter muita matéria pra discutir com teus alunos.

Nao me canso de assitir on line Al Jazeera. Na guerra fria, os filmes nos fizeram acreditar que os russos eram os enimigos, e agora vivemos a era que temos que desconfiar de qualquer arabe ( se é que alguem pode definir isso).
E de repente, hoje vejo homens, mulheres, jovens e crianças, como um povo invejavel. Me deu ate vontade de aprender ler e escrever nessa lingua que parece uma obra de arte.

Mário Machado disse...

Uma alma tranqüila pensa em Ivan Lins e que sou um sujeito menos evoluído pensei em Refuse/resist Sepultura.

Belo post.

Abs,

Maurício Santoro disse...

Glaucia,

Também estou muito emocionado por aqui. É um privilégio ser cientista política num tempo assim e com certeza o Egito entrará com força total nas aulas deste ano, em particular num curso sobre transições de regimes autoritários para a democracia.

Salve, Mário.

Sepultura é muito bom. "Territory" dá uma bela discussão sobre RIs!

Abraços

Karin Nery disse...

Viva a democracia! Até que enfim a situação no Egito se resolveu.
Vamos aguarda os próximos dias pra ver como será a transição.

Fiquei super contente em saber que vc ministrará a próxima aula na minha turma de PI no Clio de SP.
Quanta honra! Até semana que vem!
Abs.

Maurício Santoro disse...

Salve, Karin.

O prazer é meu, estou adorando as turmas de São Paulo. Se você estiver no Curso Regular, já mandei a apresentação sobre Brasil-EUA que será tema da aula.

abraços

Anônimo disse...

Uma das perguntas mais feitas na TV, alunos, etc é: "até que ponto isso abre espaço para os fundamentalistas?" Creio que você responderá isso no próximo post... :)

abraços meu caro.

Helvécio.

Maurício Santoro disse...

Caro,

Pois é, mas eu gostaria de saber a resposta! :=)

A Irmandade Muçulmana é minoritária, mas numa situação de crise e instabilidade, pode crescer. Do mesmo modo, grupos extremistas podem tentar pescar nas águas turbulentas do Egito...

Olho agora na Argélia!

abraços

Glaucia Mara disse...

Sobre esse tema, vi o comentario de uma joven numa das reportagens de Al Jazeera, que mostram a claridade da situçao.
Dizia com muita calma, que a Irmandade mulçumana numa eleiçao livre nao teria mais que 20% dos votos, e que eles sao tao ruins para a paz como o Partido Republicano nos EUA. Touche!!!

Patricio Iglesias disse...

Meu caro:
Quando ontem vi na TV a novidade senti uma sensação incrível, muito profunda, sintendo que estiva diante de um gran feito histórico, como em seu momento foram os tristes atentados às Torres, a terrível invassão ao Iraque ou a queda do De La Rúa. Fazia tempo que não tinha issa sensação! E por fim é com esperança, porque acredito que a unica forma de chegar à paz no Oriente Médio é com mais democracia.
Fico preocupado pelos fundamentalistas, que como você bem diz tem pouca base mas muita organização. Há que esperar prudentemente, mas acredito que o Egito de hoje não é o Irã do '79.
Abraços

Patricio Iglesias

Maurício Santoro disse...

Car@s,

A palavra-chave é esperança, algo que há muito não associávamos ao Oriente Médio, onde quase todas as notícias se relacionavam à violência, ao medo e às tensões. Agora as coisas começam a mudar.

abraços

Anônimo disse...

Mubarak caiu, mas os generais ficaram...

A situação ainda não é exatamente uma vitória...

É necessário ver como a Junta vai se comportar.

A Junta e os sindicatos, pois creio que neles está a chave para uma efetiva reestruturação da política no Egito.

Maurício Santoro disse...

Salve,

Pois é, os sindicatos estiveram hoje na rua, protestando. A própria polícia se manifestou para rejeitar as acusações de tortura e abusos de poder. A coisa está longe de terminar no Egito.