sexta-feira, 5 de setembro de 2008
Democracia, Lá e Cá
Hoje a população de Angola vota pela primeira vez desde 1992. Os angolanos escolherão seus representantes parlamentares e se tudo correr bem esse será o primeiro passo até as eleições presidenciais, em futuro próximo. O cenário ainda é bastante impreciso, porque as últimas disputas eleitorais na África (Quênia, Zimbábue) terminaram com governos corruptos fraudando votos e fechando acordos precários com a oposição após semanas de violência. A situação em Angola é particularmente delicada porque a apertada vitória do governo em 1992 levou a mais dez anos de guerra civil.
Pelo trabalho de cooperação internacional que fiz com Angola, minha expectativa é que o partido no poder (MPLA) irá ganhar esta eleição, mas acredito que pode haver avanços consideáveis da oposição no interior, fora de Luanda. Mas se você quiser acompanhar o cotidiano de lá, recomendo visitas à Casa de Luanda, uma das moradoras é amiga querida e profunda conhecedora dos assuntos africanos.
A democracia não vai bem no continente. O mapa que abre o post foi elaborado pela ONG Freedom House e avalia as liberdades civis e políticas existentes em cada país. Verde indica democracias, vermelho, ditaduras. A outra cor (Que diabos ela é? Bege?) significa "parcialmente livre". Angola está entre os regimes mais autoritários da África, as poucas exceções democráticas concentradas na porção austral e em algumas nações da costa ocidental do continente.
Em nossa região a situação é melhor, mas persistem focos de tensão na América Central, nos Andes, na Bolívia e no Paraguai. Deste último país chega denúncia do recém-empossado presidente Fernando Lugo, acusando seu antecessor, Nicanor Duarte, e seu rival derrotado, general Lino Oviedo, de conspirar para dar um golpe. A trama teria sido denunciada por um general convidado a participar do plano. Os acusados negam e a reação internacional foi forte e imediata, assim como o vigor da população local, que foi para a frente do parlamento (foto acima), defender o presidente. Não há mais espaço para esse tipo de aventura na região.
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5 comentários:
até os trabalhadores rurais sem terra estão nessa de marchar em apoio ao Lugo...
Só comentários do mapa, não existe uma tolerância assim grande com Israel, afinal democracia é em termos lá, a cada dia se lê mais problemas até entre israelenses religiosos e leigos em Jerusalém, sem falar que parte da população árabe não tem muitos direitos.
E o Irã é o contrário existe uma certa implicância também não ficaria melhor em beje, por que votar e alguns direitos eles têm, provavelmente mais que no Afeganistão (que está em beje)?
Oi, Pat.
Sim, o Lugo tem apoios muito fortes nos movimentos rurais - e nos dois lados da fronteira.
Oi, Anônimo.
Concordo com você com relação à Israel, mas a situação do Irã é mais autoritária, o regime se fechou muito nos últimos anos.
Abraços
Sem dúvidas se Bush fizera o mapa o Equador, a Nicaragua, a Bolívia e a "estrelha" do grupinho, a República Bolivariana, sariam bermelhos e, se tivesse a possibilidade, violetas. HAHAHA
Saludos!
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