segunda-feira, 27 de julho de 2009
A Ascensão do Resto
Neste livro, Amsden analisa as estratégias de desenvolvimento dos países periféricos que se industrializaram ao longo da segunda metade do século XX. Ela divide-os em dois grupos: os “independentes”, da Ásia, que priorizaram modelos próprios de crescimento (China, Taiwan, Índia e Coréia do Sul) e os “integracionistas”, que apostaram em vínculos mais fortes com o capital estrangeiro (Argentina, Brasil, Chile, México e Turquia). Em faixa intermediária, Indonésia, Malásia e Tailândia. Amsden frisa o papel crucial desempenhado pelo Estado, por meio de instrumentos como bancos de desenvolvimento e mecanismos de reciprocidade, pelos quais “um subsídio tinha que ser vinculado a um padrão de desempenho” (p.4) – isto é, em troca de receber recursos públicos, as empresas precisavam cumprir determinadas metas, como investir em pesquisa tecnológica e aumentar as exportações.
O desenvolvimentismo foi antecedido por experiências embrionárias com a indústria, na forma de empreendimentos pré-modernos (firmas familiares), de imigrantes de regiões mais avançadas tecnologicamente ou da instalação de empresas no âmbito colonial, particularmente importantes no caso do Japão com diversos países asiáticos nas décadas de 1930 e 1940. O exemplo japonês foi o grande referencial para os países do “resto” que imitaram suas instituições e políticas públicas.
As iniciativas resultaram na criação de fábricas de larga escala e na formação de uma elite administrativa capaz de tocar projetos econômicos de vulto, tanto no Estado quanto no setor privado. Para Amsden, os países de industrialização tardia só avançaram porque contaram com o apoio do Estado desenvolvimentista, que ela define como aquele assentado sobre uma tecnocracia qualificada, com quatro instrumentos principais: bancos de desenvolvimento, exclusão seletiva, estímulo à formação de empresas nacionais e ao uso de conteúdo local, seja de matérias-primas ou cadeias de fornecedores nacionais (p.227). A exclusão seletiva diz respeito a escolher quais setores serão beneficiados, em função das necessidades estratégicas do país.
Assim começa a resenha que escrevi para o site Meridiano 47 - Boletim de Análise de Conjuntura em Relações Internacionais - editado por professores da Universidade de Brasília. Para ler o texto todo, clique aqui.
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6 comentários:
Meu caro:
Li todo o texto (pensei que iva ser muito longo, mas não). Muito legal. Ontem li no iECO (Clarín) uma exelente nota em comentário a um livro do um acadêmico sulcoreano Ha-Joong Chang, quem diz que os paises ricos tiraram "the ladder" que usaram pra chegar ao desenvolvimento (proteccionismo) aconselhando liberalismo aos mais povres: http://www.independent.co.uk/news/business/comment/hajoon-chang-protectionism-the-truth-is-on-a-10-bill-458396.html
Saludos!
Olá Mauricio,
já tinha lido sua resenha lá no Meridiano. Muito boa.
Parece ser um livro interessante. Já o encomendei.
Abraços,
Enzo
Salve, Patricio.
A resenha tem duas páginas de Word, o que é curta para um texto acadêmico, mas longa para postar no blog. Coisas da Internet.
A Amsden tem tudo a ver com o Chang, inclusive a estréia acadêmica dela foi como estudiosa do modelo de desenvolvimento da Coréia do Sul.
Li o "Chutando a Escada" há alguns anos. É interessante, mas cansativo, porque o argumento é repetido muitas vezes.
Enzo,
Que bom, espero que você goste do livro. A idéia é escrever outras resenhas para o Meridiano, em particular sobre economia política internacional.
O próximo da lista é o "False Economy", do editor de comércio internacional do Financial Times.
Abraços
boo!
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Abraços
OI MAURICIO
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ESTUDO O TEMA EM DISCIPLINA DO MESTRADO DE RI NA UFSC.
SDS E OBRIGADA.
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