segunda-feira, 10 de agosto de 2009

Falsa Economia


Alan Beattie é o editor de comércio do Financial Times e seu livro, uma provocação bem-humorada sobre políticas de desenvolvimento. Para Beattie, a principal razão para a prosperidade ou declínio das nações são as escolhas realizadas por seus governantes e empresários. Cada capítulo argumenta contra um tópico do que o autor chama de “falsa economia do pensamento – isto é, que nosso futuro econômico está predestinado e que somos arrastados de maneira indefesa por forças enormes, incontroláveis e impessoais” (p.2). Algumas opiniões de Beattie são percepções brilhantes, outras apenas irreverências sem profundidade. No geral, um livro que faz pensar, e quem sabe rever duas ou três convicções.

O capítulo sobre cidades examina as transformações dos centros urbanos com relação à economia. Da urbanização sem industrialização da África contemporânea, com migrantes que buscam o frágil aparato de serviços públicos, às novas cidades-globais que devem sua prosperidade mais à integração com os mercados internacionais do que com a realidade local. E que se estabelecem como pólos de serviços, cultura e qualidade de vida. Algumas metrópoles experimentaram transformações radicais em pouco tempo, como Nova York, cuja representação icônica na crise dos anos 1970 era o filme Taxi Driver, que a mostrava como “uma distopia violenta, amoral, ao passo que aquela de uma época posterior – Sex and the City – a mostrava como um playground para adultos, segura e indulgente” (p.70). No meio do caminho, há cidades como Dubai, nos Emirados Árabes, que se reinventou como centro financeiro e agora ensaia a construção de um complexo de biotecnologia.

O resto da resenha está no Meridiano 47.

4 comentários:

Patricio Iglesias disse...

Meu caro:
Concordo. Pelo que vejo, muitos dos livros que você comenta nos últimos dias estão vinculados ao desenvolvimento econômico.
Que coisa! Quando você falou de urbanização sem industrialização no primeiro que pensei foi... na Argentina dos tempos da Grande Imigração!
Saludos!

Patricio Iglesias

PD: Não comentou minha nota ao artigo anterior! Fiquei triste! Ha, ha, ha!

Maurício Santoro disse...

Salve, Patricio.

Exato, meu amigo.Meus hábitos de leitura estão muito influenciados pelo meu trabalho no Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior. Vem mais resenhas nessa linha, por conta de outros livros sobre o assunto que já encomendei.

O crescimento de Buenos Aires no início do século XX tem mesmo pontos em comum com o que aconteceu com as capitais africanas, mas no caso da Argentina também houve um expressivo crescimento industrial nos arreadores da cidade (Avellaneda, por exemplo).

Abraçs

Priscila Corrêa disse...

Oi Maurício, sou assessora de imprensa da editora Zahar. Li seu post hoje e gostaria de informá-lo que acabamos de lançar a edição brasileira da obra de Alan Beattie, "Falsa economia".
abraços
Priscila

Anônimo disse...

Eu tenho 17 anos,o livro parece ser interessante, pretendo fazer vestibular pra Relações Internacionais esse ano.
O livro é de linguagem "popular" ? Ou apresenta vocabulário específico para área de economia ?