quarta-feira, 4 de abril de 2012

Um Presidente da Irmandade?

Quando o general Mubarak renunciou no Egito, há pouco mais de um ano, a Irmandade Muçulmana anunciou que não iria apresentar candidato a presidente, tentando acalmar as pessoas que temiam a instalação de um regime fundamentalista no país. Dias atrás, a organização mudou de idéia e anunciou que irá disputar o cargo, por meio da candidatura de um empresário milionário, Khayrat el-Shater.

El-Shater integra a Irmandade desde os anos 70 e já esteve preso cinco vezes. Ele é um dos principais dirigentes da organização e uma figura-chave para as negociações da Irmandade com os ricos emirados do Golfo e com instituições econômicas internacionais. Sua escolha como candidato é lógica, o que merece explicação é por que a Irmandade mudou de atitude quanto a disputar a Presidência.

O grupo controla quase metade do novo parlamento e é a força política mais poderosa do país. Porém, enfrenta opositores bastante assustados com sua ascensão e que chegaram a falar na possibilidade de fechar o Congresso. As complexas relações com os militares também estão tensas, com os rumores de que o ex-chefe da inteligência da ditadura Mubarak irá disputar a presidência.

Outro fator importante é o risco de que não lançar candidato fragmentasse a Irmandade, pois muitos de seus ativistas deixaram a organização para apoiar o miliante islâmico Abdel-Moneim Abolfotoh, que também disputa a presidência. Ter um líder concorrendo ao cargo provavelmente irá unir os dissidentes em torno do nome de Shater.

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