quinta-feira, 20 de dezembro de 2007

Da Pesquisa ao Conselho



Em Montevidéu, aproveitamos a Cúpula Social do Mercosul para divulgar as conclusões da pesquisa “Juventude e Integração Sul-Americana” , que foi minha principal atividade profissional em 2007. Reunimos os coordenadores de cada equipe nacional e conversamos bastante sobre os detalhes pendentes para a publicação do relatório que encerrará o projeto. Para mim, a foi a oportunidade de compartilhar com os colegas as expectativas para minha próxima responsabilidade na área: em fevereiro assumo a representação do IBASE no Conselho Nacional de Juventude, vinculado à Secretaria-Geral da Presidência da República.

Terei trabalho como conselheiro, envolvido com a I Conferência Nacional de Juventude. O Conselho segue o formato de outros órgãos do gênero e reúne membros do governo e representantes da sociedade civil com o objetivo de debater as políticas públicas de um setor específico.

A ida para o Conselho coincide com o fim do meu doutorado e o desejo de trabalhar mais diretamente com políticas públicas – foi o que motivou a estudar Ciência Política, em primeiro lugar. Aprendi muito com a pesquisa sobre juventude sul-americana, mas não sou um especialista no tema. Acredito que minha contribuição ao Conselho será mais no sentido de funcionar como uma ponte entre experiências interessantes que ocorrem em outros países do continente. A maioria deles criou órgãos especializados em jovens já na década de 1990, no Brasil isso só ocorreu em 2005. Espero, por exemplo, ajudar a consolidar a Reunião Especializada de Juventude do Mercosul como um fórum de diálogo para a integração regional.

O convívio com os colegas da pesquisa tem sido fundamental para esse interesse. É muito bom poder conversar com pessoas que têm histórias de vida tão ricas e que participaram com paixão de tantas lutas políticas em seus países. Nem falo das utopias de transformar o mundo. Me refiro a um sentimento mais simples, e talvez mais profundo: a idéia de que a vida importa, de que é algo mais do que pastar na frente da TV ou repetir as opiniões do senso comum.

Legal também perceber o quanto a América do Sul se tornou algo presente na minha maneira de ver o mundo, no aprendizado do idioma espanhol, no carinho pela arte do continente, na amizade fácil e calorosa com os companheiros da pátria grande. Quando comecei a trabalhar com cooperação internacional, ouvia os amigos cantaram as músicas de seus países e ficava em silêncio, pois não conhecia nenhuma. Hoje, fazemos coro nos refrões.

Foto: jovens piqueteros argentinos em manifestação diante do Edifício Mercosul, em Montevidéu.

2 comentários:

Anônimo disse...

Cenários auspiciosos no horizonte de um mestre-amigo (ou seria amigo-mestre?) em quem penso sempre de forma carinhosa.

Boa sorte nos planos!

Abração, meu caro

Maurício Santoro disse...

Diga apenas amigo, meu caro, é o título mais nobre de todos!

Abração