terça-feira, 28 de julho de 2009

Bomba! Sergio Leo toma o poder no Paraguai!



Bem que desconfiávamos. Tudo começou com o post sobre os hábitos sexuais do pônei do presidente Lugo. Texto suspeito, que revelava informações de cocheira sobre a mansão governamental. E eis que Sergio Leo confirma nossos palpites e conta em seu blog como tomou o poder no Paraguai, fato comprovado pela foto acima.

Imediatamente procurei Oliveira, o canalha da redação, novo ministro da Casa Civil, mas o celular do rapaz estava na caixa postal, e tive que esperar por uns cinco minutos, enquanto tocava uma música do Wando. De modo que minha oferta para colaborar com o presidente Leo na qualidade de Comissário do Povo para Fuzilamentos (ou Atos Secretos, se a pasta já estivesse ocupada) teve que esperar.

Talvez por isso o gabinete tenha durado tão pouco tempo. Se tivessem ouvido os Especialistas em Políticas Públicas e Gestão Governamental, a esta altura da semana a Nação Guarani teria o Índice de Desenvolvimento Humano da Suíça. E o presidente Leo poderia conversar sobre seu recém-lançado livro de contos com outros estadistas-poetas, como José Sarney.

Com a renúncia do Sergio, Lugo volta à presidência, e quem sabe desejasse trocar de lugar com o blogueiro e assumir sua coluna no Valor Econômico. Meus amigos nos movimentos sociais paraguaios estão muito críticos diante do mandatário, que segundo eles até propõe coisas interessantes, mas recua quando encontra oposição dos setores mais conservadores do país. Que continuam fortíssimos. Sessenta anos de dominação dos Colorados não se evaporam da noite para o dia, em especial porque a coalizão de Lugo é bastante frágil e o presidente vem tendo problemas com o principal aliado, o Partido Liberal. Fora a crise de confiança em função dos filhos que teve com diversas mulheres, enquanto era padre e bispo.




E em meio às negociações da recente Cúpula do MERCOSUL, surge a boa notícia do acordo entre Paraguai e Brasil com respeito a Itaipu. Embora ainda falte definir os detalhes finais, o compromisso é que o governo brasileiro aumentará em cerca de US$200 milhões anuais as compensações pagas ao país vizinho pelo uso de sua energia. E permitirá aos paraguaios vender a eletricidade no chamado “mercado livre” brasileiro, em vez de comerciá-la exclusivamente com a Eletrobrás.

Uso a expressão entre aspas, porque na realidade significa que os paraguaios poderão vender apenas aos grandes consumidores brasileiros, como conglomerados industriais e shopping centers. Como a oferta atual dá conta do recado, não há tanto espaço para aumento de preços. O Megawatt hora está a US$43,80 e os analistas estimam que os vizinhos talvez consigam elevá-lo a US$50. A principal transformação da entrada dos paraguaios no mercado é que ela pode dificultar o ingresso de outros concorrentes, como a hidrelétrica de Jirau, em Rondônia. Na competição por clientes, quem sabe esse preço acabe caindo. Meu palpite é que as mulheres de Lugo terão que buscar outra fonte para arcar com as pensões. O Romário, sei lá.

Foi bom o acordo entre Brasil e Paraguai, elimina um obstáculo que atrapalhava várias negociações do processo de integração regional. De quebra, o entendimento dá espaço para Lugo respirar – oxalá ele o utilize com sabedoria.

Por fim, sugestão aos estudantes e pesquisadores que lêem este blog: o processo de internacionalização da Eletrobras vale uma monografia/dissertação/tese. Itaipu é apenas a face mais conhecida, mas há muito em andamento num setor econômico em que é necessário se transformar em ator global para se manter competitivo.

3 comentários:

Helvécio Jr. disse...

jogador,

Vi no noticiário que o Brasil pagaria o triplo do preço atual. Era exagerada a informação, portanto?

abraços,

Helvécio.

Sergio Leo disse...

Hehe, e eu que pensava te nomear meu assessor internacional, para liodar com o Marco Aurélio Garcia...
Cro Maurício,um equívoco no título da minha matéria deve ter te induzido a erro. Na declaração conjunta dos dois países, Lula se compromete a pensar na possibilidade de discutir a hipótese de venda da energia paraguaia a terceiros países, após 2023. Copisa bnova porque é a primeira vez que pelo emnos se admite essa possibilidade; mas não há garantia disso.
E, Helvécio, muita gente exagerou, como anda exagerando nessa coisa de Itaipu. O que teve aumento de 200% foi a compensação de energia, que é de US$ 3,17, e é somada à tarifa de US$42 e pouco cobrada à Eletrobras. É, na prática, um aumento de 13% na tarifa, que está longe de ter sido triplicada. E isso depende ainda de aprovação do Congresso brasileiro.

Aguarde, Santoro! Estou de olho no Equador. Quem sabe lá a gente emplaca.

Maurício Santoro disse...

Salve, Sergio.

Bem, a sugestão que eu ia te dar era nomear o Idelber para secretário de imprensa, de modo que a mídia golpista finalmente teria o que merece! :-)

Li a declaração pós-2023 mas fiquei na dúvida se isso seria um compromisso para valer ou se é algo que outros governos podem declinar. Hoje saiu um artigo do embaixador Rubem Barbosa questionando alguns itens do acordo, dizendo que contrariam o Tratado de Itaipu.

Abraços