quarta-feira, 5 de agosto de 2009

Colômbia e Venezuela



Tratar con Chávez no es fácil. Es impredecible, radical, emotivo e impulsivo. Sus actitudes cambian y sus discursos suelen ser más amenazantes que sus acciones. La respuesta tranquila no es la más obvia frente a la opinión pública pero puede ser la más aconsejable a la larga. "Debemos manejar la situación con mucho tino para no retar al presidente Chávez, pues ya conocemos que su reacción iría en contra del empleo de muchos colombianos que producen para exportar artículos a Venezuela", dice el senador Manuel Ramiro Velásquez...

Da revista colombiana “Cambio

Colômbia e Venezuela têm relação marcada por bem-humorada rivalidade que lembra, por exemplo, a existente entre São Paulo e Rio de Janeiro. As duas maiores partes do que foi o Estado criado por Bolívar também mantém forte fluxo comercial, que tem sobrevivido aos conflitos entre Uribe e Chávez. Não é pouca coisa visto que o presidente venezuelano rompeu o acordo de livre comércio entre os dois países e estabeleceu medidas protecionistas, como controles cambiais.

E, claro, existem as controvérsias sobre as relações de Chávez com as FARCs. O round dos últimos dias foi a apreensão junto a guerrilheiros colombianos de armas fabricadas na Suécia, de propriedade das Forças Armadas da Venezuela. Uribe acusou Chávez de fornecer o armamento aos insurgentes, os dois países romperam relações diplomáticas e o clima político na região ficou ainda mais acirrado com o anúncio da ampliação da presença militar dos EUA na Colômbia, com a cessão de quatro bases aéreas.

Há anos existem rumores de auxílio dos governos venezuelanos às FARCs. Isso teria começado com os conservadores da década de 1990, que ajudariam a guerrilha com dinheiro e armas, e em troca o grupo não atacaria alvos na Venezuela. A mudança com Chávez é que ele se refere em termos elogiosos aos guerrilheiros, tratando-os como atores políticos legítimos, e critica tanto Uribe quanto os paramilitares.

As armas suecas podem ter chegado aos guerrilheiros por contrabando, traficadas por militares corruptos. Mas o fato foi lido no contexto de radicalização, desconfiança e tensões que envolvem os dois governos. Episódios desse tipo têm se repetido – podemos pensar no bombardeio colombiano ao acampamento das FARCs no Equador, ou ao seqüestro de um importante líder guerrilheiro em Caracas. A mediação internacional tem sido importante para impedir um desfecho violento e a próxima rodada multilateral será a cúpula da Unasul, no próximo dia 10.

Os conflitos são ruins para a região, mas ironicamente criam boas oportunidades comerciais para o Brasil. Chávez se esforça para diminuir a dependência das importações da Colômbia e tem se voltado para a indústria e a agricultura brasileira em busca de opções. As exportações brasileiras para a Venezuela cresceram tanto que aquele mercado é hoje o principal superávit na balança comercial do Brasil. Nada mal para estes tempos de crise e para um país de médio porte, com pouco mais de 25 milhões de habitantes. Além disso, a boa relação entre Chávez e Lula imunizou as empresas brasileiras que operam na Venezuela dos riscos políticos, como nacionalização, como aconteceu com tantas outras, inclusive de oriundas de nações cujos governos são simpáticos ao chavismo, como a Argentina.

8 comentários:

Douglas Vilela disse...

Olá Maurício! Gostaria muito de te escrever um email, mas após horas de vasculhamento infrutífero na internet, os únicos emails que encontrei (msantoro@iuperj.br,
msantoro@ibase.br), parecem estar indisponíveis. Seria possível conseguir o seu endereço? O meu é douglasgustavo@gmail.com.

Maurício Santoro disse...

Caro Douglas,

sem problemas, meu email atual é mauriciosantoro1978@gmail.com

abs

Mário Machado disse...

te citei hj em meu blog, queria compartilhar de sua visão positiva quanto a negócios com a venezuela...

carlos disse...

caro santoro,

nesse jogo da américa latina, obrasil é um dos principais protagonistas, para não dizer que se afirmou diplomatica e economicamente no governo lula. daí porque concordo com nossa posição de criticar veementemente a instalação e ampliação de bases estrangeiras em nosso continente, seja onde for.

lembremos a guerra pelos excrementos de aves e por petróleo no século passado, incentivadas por empresas internacionais, que envolveram peru, chile, paraguai e bolívia que, miseravelmente, lhe custou seu litoral marítimo e parte do chaco.

embora, o brasil respeite a autonomia e a soberania de cada país do continente, sabemos de sobra o que representa enclaves estrangeiros nos países de nossos hermanos. abolívia, a venezuela, o paraguai e o equador que se cuidem.

abçs

Maurício Santoro disse...

Não é minha opinião, Mario, mas os dados do comércio exterior brasileiro. A Venezuela virou um dos principais mercados para os produtos brasileiro no continente.

Carlos, o Brasil terá muitos, muitos desafios pela frente, e acredito que a tendência é que seja chamado a exercer de maneira mais afirmativa o papel de mediador nos conflitos da região.

abraços

Mário Machado disse...

Não contestei os numeros ou o crescimento, mas é dificil pacas, receber da venezuela...

Tempos atras a CNI até reclamava publicamente, mas como com o Chavez funciona melhor, na diplomacia pasárgada, onde é melhor ser amigo do rei...rs.. mesmo assim é um pouco preocupante, nesse momento de crise é um mercado a ser explorado a longo prazo, tenho minhas dúvidas...

Desculpe se pareceu que me contrapunha aos fatos...

Maurício Santoro disse...

Entendo. Pelo que acompanho, o maior problema tem sido o controle de câmbio, que com certa frequencia deixa as empresas estrangeiras que operam no país em dificuldade.

Por razões de trabalhos, tenho analisado as posições da CNI, a indústria tem se queixado mais de certas medidas de acesso a mercado e pleiteado mudanças no processo de adesão da Venezuela ao Mercosul.

Abraços

Anônimo disse...

Mau, quero falar contigo. Manda seu email/ tel etc

bjs

Carmem
carmem.prata@fgv.br
21-3799.4429