sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

Ciberameaças e Relações Internacionais

O jornalista britânico Misha Glenny, autor dos livros “Mercado Sombrio – o cibercrime e você” (cuja edição brasileira chega às livrarias em dezembro) e “McMafia – crime sem fronteiras”, deu palestra na Fundação Getúlio Vargas falando sobre cibercrimes, ciberguerra e relações internacionais. Glenny foi correspondente da BBC nos conflitos nos Bálcãs e colunista do jornal The Guardian e destacou os enormes prejuízos causados pelos criminosos que agem na Internet e friou a necessidade – e os obstáculos – dos governos trabalharem em cooperação para deter esse tipo de bandido.

“Ninguém sabe exatamente os dandos que eles provocam. As estimativas variam de US$1 trilhão a US$300 bilhões por ano, dependendo da fonte. Sabemos, no entanto, que só no Ocidente os governos gastam anualmente US$110 bilhões anuais com ciber-segurança”, afirmou Glenny. Ele classificou as ciber-ameaças em três grandes grupos: crime, espionagem industrial e atos de guerra.

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Segundo o jornalista, essas atividades só foram possíveis porque contaram com a cumplicidade de governos que fizeram acordos com os criminosos – imunidade em troca de que eles não atacassem empresas do país e auxiliassem as autoridades em casos de segurança nacional. Glenny afirma que essa aliança entre o serviço de inteligência da Rússia e os hackers locais é que executou os recentes ciberataques à Estônia, numa onda de invasões que tirou do ar vários sites do governo desse país báltico.

A preocupação com a ciberguerra tem levado à criação de departamentos especializados nesse assunto, como o Cibercomando das Forças Armadas dos Estados Unidos – que se junta às unidades existentes para Terra, Mar, Ar e Espaço sideral. O potencial dessa nova forma de combater é imenso, como mostra o uso do vírus stuxnet, que contaminou os computadores do programa nuclear do Irã e podem tê-lo atrasado em anos: “Há várias versões para explicar sua origem, alguns dizem que foi criado pelos Estados Unidos, outros por Israel. Mas o certo é que ele funcionou.”

O resto, no site do Centro de Relações Internacionais da FGV.

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