As origens desse tipo de agressão estão na profunda crise econômica européia, com longos anos de estagnação e desemprego na faixa dos dois dígitos. Esse é o combustível que alimenta conflitos étnicos e religiosos, embora a proporação de estrangeiros nos países europeus em geral oscile entre apenas 5%-10% . As principais vítimas dos ataques têm sido muçulmanos e ciganos, estes últimos nas nações da Europa Oriental. A violência antissemita tem sido comparativamente rara, em parte porque a extrema-direita européia passou a considerar Israel e as comunidades judaicas como aliados em uma imaginária cruzada contra o Islã.
A responsabilidade pelos crimes de ódio pesa não só sobre os extremistas e fundamentalistas, mas também é consequência de ações tomadas por partidos moderados, no poder em vários países. Eles adotaram parte do discurso xenófobo para atrair o eleitorado mais conservador. Na França, Itália e Reino Unido autoridades têm demonizado imigrantes da África e Ásia e contribuindo para legitimar posições racistas que com frequência assustadora têm degenerado em violência.
A sombria história da Europa – em particular a do período do entreguerras, nas décadas de 1920-1930 – é um lembrete poderoso de que mesmo democracias aparentemente sólidas podem decair para a barbárie, e que conflitos religiosos ou étnicos envolvendo mesmo minorias minúsculas são instrumentos importantes para demagogos. Afinal, os judeus eram menos de 1% da população da Alemanha quando Hitlter e os nazistas ascenderam ao poder.
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